Promovido pela TecMinho (interface universidade-empresa da UMinho) e com o apoio da Patentree, o SpinUM teve como objetivo selecionar e premiar num total de 9000 euros ideias/projetos inovadores em qualquer domínio científico ou tecnológico e com elevado potencial comercial. O concurso foi cofinanciado pelo projeto UI-CAN no âmbito dos programas Compete 2020 e Portugal 2020 e pelo Fundo Social Europeu da União Europeia.

O projeto de Joana Sousa, Andreia Castro e Patrícia Maciel venceu esta edição. As cientistas estão entretanto a criar a start-up “Screen4Health”, pretendendo captar investimento e chegar em breve ao mercado. O objetivo das investigadoras da Escola de Medicina da UMinho é acelerar o processo de seleção de fármacos promissores para o tratamento de doenças raras, como ataxias.

As cientistas partem do C. elegans, um minúsculo verme do solo e da água que permite mimetizar doenças humanas, ajudando assim a identificar compostos promissores na supressão de doenças neurológicas raras, com ensaios automatizados e cientificamente validados. A metodologia procura compostos com alta probabilidade de serem eficazes em contexto clínico e só estes serão testados em organismos mais complexos, acelerando a translação para a fase clínica e a eventual descoberta de tratamentos para aquelas doenças. “Garantimos redução temporal e monetária às empresas farmacêuticas na fase pré-clínica”, diz Joana Sousa. A equipa pesquisa no Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da UMinho, em Braga, e viu esta necessidade de mercado após estudar a ataxia espinocerebelosa do tipo 3. Adotou então o conceito de serviços e testará novos fármacos, compostos naturais e readequará fármacos já aprovados para outros fins terapêuticos (repurposing).

As outras ideias do pódio do SpinUM foram um preditor de risco de quedas e uma caixa de alta segurança para instrumentos musicais. As ideias vencedoras das 13 edições foram a “iSurgical3D” (correção do peito escavado), “Sense4me” (previne a progressão das úlceras), “NanoBiodelivery” (libertação controlada de terapias no combate ao cancro), “euPA” (monitorização de saúde e emergência por GPS), “BnML” (modelo para maximizar novos fármacos), “Nanopaint” (tintas para imprimir sensores eletrónicos), “Analisador da Distorção Luminosa” (preditor de complicações oculares pré-cirurgia), “medQuizz” (aplicação constrói e corrige exames), “GenSYS” (software para produção massiva de produtos diferenciados), “Lipidomix” (serviços para quantificar e analisar lípidos), “TopoSEM” (recria 3D superfícies 10.000 vezes mais finas do que um cabelo), “beWOODful” (tecnologia acopla o tratamento e a coloração da madeira), "Karion Therapeutics" (molécula promissora para tratar cancro renal) e, agora, a "Screen4Health".

Entretanto, o projeto Screen4Health representou a UMinho na final do concurso nacional de empreendedorismo universitário UI.CAN, realizada a 6 de junho em Aveiro, ficando em 3º lugar, atrás do Porto e da Beira Interior. O projeto pretende oferecer a empresas farmacêuticas, de química orgânica ou medicinal, o screening de compostos, usando modelos de C. elegans de doenças raras.

Projetos finalistas
+Info: www.tecminho.uminho.pt/noticia/spinum-evento-final
www.tecminho.uminho.pt/noticia/screen4health-vence-o-spinum-2023, www.nos.uminho.pt/Article.aspx?id=3641