A Universidade do Minho atribuiu a 15 de fevereiro, às 10h30, no Salão Medieval do Largo do Paço, em Braga, o título de doutor honoris
causa a Álvaro Laborinho Lúcio e a Frei Bento Domingues. Os discursos de
elogio estiveram a cargo de Licínio C. Lima e Moisés Lemos Martins, professores
catedráticos do Instituto de Educação e do Instituto de Ciências Sociais,
respetivamente. Inserida nas comemorações do 45º aniversário da UMinho, a
cerimónia contou com várias personalidades nacionais, incluindo o ministro da
Educação Tiago Brandão Rodrigues.
O título honorífico de doutor
honoris causa é concedido a personalidades eminentes que se tenham destacado pela sua reputação, mérito ou ação na sociedade.
- Sessão via streaming
(2h45m): www.youtube.com/watch?v=VxZsQ5py9x4Conversa informal com os laureadosÁlvaro Laborinho Lúcio e Frei Bento Domingues participaram a 14 de fevereiro, às 18h00, no Instituto de Ciências Sociais, no campus de Gualtar, em Braga, numa palestra sobre cidadania, religião e cultura. Nesta conversa moderada e comentada por António Marujo (jornalista do Público e Sete Margens) e Isabel Estrada (Escola de Economia e Gestão da UMinho), os dois laureados debateram os desafios da cultura contemporânea e os direitos e deveres de cidadania no mundo atual.
- Sessão via streaming
(1h57m): facebook.com/CentrodeEstudosdeComunicacaoeSociedade/videos/583622655439522- Fotos: www.dicas.sas.uminho.pt/big/academia/2019/doutoramentos-honoris-causaNotas biográficasÁlvaro Laborinho Lúcio nasceu em 1941 em Nazaré. É licenciado em Direito e mestre em Ciências Jurídico-Civilísticas pela Universidade
de Coimbra, tendo iniciado a sua carreira
profissional como delegado do procurador-geral da República, função que exerceu nas comarcas de Seia, Fundão e Santarém. Foi, mais tarde, juiz em Oliveira do
Hospital e Tábua, procurador da República junto do Tribunal
da Relação de Coimbra, inspetor do Ministério Público, procurador-geral adjunto da República, juiz conselheiro
do Supremo Tribunal de Justiça, bem como diretor da Escola da Polícia
Judiciária e do Centro de Estudos Judiciários. Desempenhou também funções de ministro
da Justiça, secretário de Estado da Administração
Judiciária, ministro da República para
a Região Autónoma dos Açores e
presidente da Assembleia Municipal da Nazaré. Foi professor convidado na Universidade
Autónoma de Lisboa. Fundou a Associação Portuguesa
de Apoio à Vítima e preside à assembleia-geral da Associação Portuguesa para o
Direito dos Menores e da Família. Agraciado pelo Rei de Espanha com a Grã-Cruz
da Ordem de São Raimundo de Peñaforte e pelo Presidente da República Portuguesa
com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo, Laborinho Lúcio é autor de diversas
publicações, incluindo “A Justiça e os Justos”, “O Julgamento - Uma Narrativa
Crítica da Justiça”, “Educação, Arte e Cidadania”, além dos romances “O
Chamador” e “O Homem que Escrevia Azulejos”. Álvaro Laborinho Lúcio foi
vice-presidente e presidente do Conselho Geral da UMinho.
Nascido há 84 anos em Travassos, Terras de Bouro, Frei Bento Domingues entrou
para a Ordem dos Pregadores, em 1953. Estudou Filosofia e Teologia em Fátima,
Salamanca (Espanha), Roma (Itália) e Toulouse (França). Como assistente da
Juventude da Igreja de Cristo Rei, no Porto, coordenou a exposição “O Mundo
Interroga o Concílio”, levando-o a ser expulso pela PIDE em 1963. De regresso a
Portugal, dedicou-se ao ensino e à investigação no Studium Sedes Sapientiae de
Fátima, no Instituto de São Tomás de Aquino, no Centro de Reflexão Cristã, no
Instituto de Psicologia Aplicada e no Instituto Superior de Estudos Teológicos,
onde assumiu cargos de direção. Durante a ditadura participou na Comissão
Nacional de Socorro aos Presos Políticos, no Comité Português Pró-Amnistia
Geral no Brasil e no Conselho de Imprensa, bem como no lançamento da publicação
clandestina “Direito à Informação” e na organização do primeiro colóquio
ecuménico no país. A partir de 1980, lecionou em Angola, Peru, Chile e
Colômbia. Foi ainda diretor do curso em Ciência das Religiões e do Centro de
Teologia e Ciência das Religiões da Universidade Lusófona de Lisboa, além de
membro do Conselho Geral da Universidade do Porto, da Assembleia do Instituto
de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e do Conselho de Ética do ISPA -
Instituto Universitário. A Bento Domingues foram atribuídos o grau de
Grande-Oficial da Ordem da Liberdade, pela Presidência da República, o Prémio
dos Direitos Humanos, pela Assembleia da República, o Prémio Ângelo d’Almeida
Ribeiro, pela Comissão dos Direitos Humanos. Publicou diversos livros, como “A
Religião dos Portugueses”, “Francisco. O Papa que põe a Igreja a mexer” e “As
Religiões e a Cultura da Paz”.