O Arquivo Distrital de Braga (ADB), unidade cultural da Universidade do Minho, comemorou o seu centenário a 11 de agosto de 2017, com uma mostra de documentos e visitas guiadas às suas novas instalações, na rua do Abade da Loureira.
As visitas realizaram-se das 10h00 às 14h30, sem inscrição prévia, permitindo aos interessados conhecer o edifício que alberga o ADB desde abril de 2017 e os fundos custodiados, bem como alguns aspetos da atividade arquivística, do acesso aos documentos e da sua importância como fonte de investigação na construção da memória coletiva e na garantia de direitos dos cidadãos e das instituições.
“Esta iniciativa inseriu-se no programa de comemorações do 100º aniversário do ADB, a decorrer até 2018. Depois da primeira edição dos 'Encontro do Centenário', sob o tema Preservação do Património Arquivístico, em novembro decorre o segundo encontro, dedicado à interação que entre a Informática e o Arquivo. Um terceiro encontro, no início de 2019, olha para o futuro do Arquivo. Além destes encontros mais alargados, iniciaremos uma série de conferências sobre as relações do Arquivo com os diversos atores sociais e com os espaços que ocupa e exposições associadas aos encontros”, afirmou o diretor do ADB, António Sousa.
Documento assinado por D. Afonso Henriques em exibição
O ADB foi criado a 11 de agosto de 1917 pelo Decreto-Lei n.º 3286, em anexo à Biblioteca Pública de Braga. Tem como missão a salvaguarda, valorização e divulgação do património arquivístico e a prestação de um serviço público fundamental na garantia dos direitos dos cidadãos e das instituições. Custodiando documentação produzida entre os séculos IX e XX, é um arquivo de âmbito regional e uma referência nacional devido à riqueza dos seus fundos, que incluem, entre outros, um documento de D. Afonso Henriques de 1128 e o Liber Fidei, um cartulário do século XIII com transcrição de 953 documentos dos séculos VI a XIII. “Apesar do seu carácter regional, muitos dos documentos são relevantes para a memória coletiva nacional e despertam o interesse de investigadores internacionais”, realçou António Sousa.
O ADB foi o primeiro arquivo português a disponibilizar, em 1995, informação sobre os seus fundos na Internet. Acessível em pesquisa.adb.uminho.pt, o site permite a pesquisa e o acesso a cerca de um milhão de imagens, obtidas pela digitalização de um milhão e 600 mil páginas de diversos fundos. Em 2016, esta interface contou com 123.457 acessos provenientes de 119 países do mundo. O Arquivo tem projetos de inovação e interação com os diversos utilizadores e disponibilização de novos serviços.
A nova “casa” do ADB foi projetada por Audemaro Rocha e erigida em dez meses, num investimento de 2.8 milhões de euros, com apoio comunitário. O edifício tem um bloco de cinco pisos com 11 depósitos numa área total de 1400 metros quadrados e capacidade para mais de 16 quilómetros de documentação. Num outro bloco e numa área entre os dois, funcionam os serviços técnicos e espaços de uso público para consulta de documentos e ações pedagógicas e culturais.