A Exposição “O Silêncio da Terra:
visualidades (pós)coloniais intercetadas pelo Arquivo Diamang” problematiza o
arquivo fotográfico da Companhia de Diamantes de Angola (MNS), constituído com
o objetivo de documentar a missão civilizacional empreendida
na Lunda, entre 1917 e 1975. A iniciativa corporiza um dos resultados do
projeto de investigação “Mapeamento e Sentidos Críticos do Arquivo Fotográfico
da Empresa Companhia de Diamantes de Angola (Diamang)”, coordenado por Fátima
Moura Ferreira (Lab2PT/Universidade do Minho).
A Exposição parte de
uma interrogação: o que se guarda/esconde no silêncio da terra quando
a memória do espaço no tempo é intercetada-revelada através de artefactos
visuais: fotografia colonial e arte pós-colonial?
A ambiguidade do título – O
Silêncio da Terra – compagina-se com a ambiguidade da imagem da
fotografia colonial: o que é que ela mostra? O que é que ela elide? O que é que
ela não deixa ver?
A copresença da fotografia colonial
com artefactos artísticos pós-coloniais interpela o olhar. Eventualmente, convida
a problematizar o que vemos a partir de um horizonte de presente contínuo pois
atravessado por diferentes temporalidades. Como por camadas – estratos –, à
maneira do ofício do geólogo, do arqueólogo, do historiador, do antropólogo …,
somos levados a dissecar os enunciados visuais, isto é: a desconstruir aquilo
que nos é dado a observar e que se cruza inevitavelmente com memórias pessoais,
pós-memórias, representações sociais que se impõem como hegemónicas no tempo.
Informa-se ainda que a exposição
estará aberta ao público na Galeria do Paço da UMinho até 30 de
junho e no Museu Nogueira da Silva até 10 de setembro.
A exposição tem curadoria de Duarte
Belo/Patrícia Leal e Fátima Moura Ferreira/Miguel Bandeira Duarte.
+Info: www.cecs.uminho.pt/inauguracao-da-exposicao-o-silencio-da-terra-visualidades-poscoloniais-intercetadas-pelo-arquivo-diamang