A exposição "Crítica musical de Francine Benoit" está patente de 16 de outubro de 2023 a 10 de janeiro de 2024, nos claustros do Edifício dos Congregados da UMinho, na Avenida Central, em Braga. A 31 de outubro, às 17h00, realizou-se uma apresentação do projeto. O salão nobre daquele edifício recebe ainda a 4 de janeiro, pelas 17h30, uma palestra alusiva pela
investigadora Helena Lopes Braga, da Universidade Nova de Lisboa,
incluindo no final três canções de Benoît interpretadas pelas alunas Sandra
Azevedo (voz) e Maria João Gomes (piano).
As iniciativas, de entrada livre, são organizadas por Pedro Junqueira Maia e Vera Fonte, com a colaboração dos alunos de Ciências Musicais da UMinho. Estão integradas no projeto internacional "Musical Bounce Back - Promoting the Role of Women in Music and Connecting for a New Pedagogy", envolvendo a Casa do Professor e o Departamento de Música da UMinho.
Reconhecida musicóloga, professora, pedagoga, compositora, conferencista e ativista feminina, Francine Benoit nasceu em França em 1894, veio para Portugal com 12 anos de idade e naturalizou-se portuguesa em 1929. Colega de Fernando Lopes Graça, de Luís de Freitas Branco e de outras figuras do na musicografia nacional, destacou-se a partir da década de 1920 como compositora e como crítica musical em periódicos nacionais, sobretudo no jornal Diário de Lisboa, onde publicou mais de 500 escritos que contribuiriam para educar o gosto musical na primeira metade do século XX.
O meio musical português da época “era dominado por homens” e “as mulheres que faziam música eram associadas a uma prática privada, amadora, que tinha como função essencialmente a distração”. Destacou-se ainda na oposição à ditadura de Salazar, ao lado de nomes como Maria Lamas, Irene Lisboa ou Alice Ogando. Faleceu em Lisboa, em 1990. A presente mostra releva várias das críticas por si elaboradas, assim como outras curiosidades associadas.