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Investigadora da Escola de Ciências distinguida pela Academia Americana de Optometria

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quarta-feira, 15/10/2025
CEORLab – Laboratório de Investigação em Optometria Clínica e Experimental
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Sofia Matos foi coautora do “artigo do ano” sobre lentes que travam a miopia infantil.
A investigadora Sofia Matos, da Escola de Ciências da Universidade do Minho (ECUM), foi distinguida pela Academia Americana de Optometria com o prestigiado Garland W. Clay Award, pelo seu contributo científico na área da visão. O galardão foi atribuído no passado dia 10 de outubro, durante o encontro anual Academy 2025 Boston, nos Estados Unidos.

Este ano, o prémio distinguiu o artigo “
Efeito de longo prazo das lentes de contacto de foco duplo na progressão da miopia em crianças: um ensaio clínico multicêntrico de 6 anos, publicado na revista Optometry and Vision Science e considerado o mais impactante do ano na área da ciência da visão. O trabalho resultou de um ensaio clínico internacional que envolveu investigadores de Portugal, Estados Unidos, Reino Unido, Singapura, Canadá e Austrália, e que já tinha sido distinguido com este galardão em 2021, através do artigo “Um ensaio clínico randomizado de três anos das lentes MiSight para o controlo da miopia”. “É uma honra receber o Garland W. Clay Award 2025 da American Academy of Optometry pela segunda vez, distinção que reconhece o nosso artigo como uma das contribuições mais relevantes publicadas na revista Optometry and Vision Science nos últimos cinco anos”, refere a investigadora.


A pesquisa analisou o impacto das lentes de contacto gelatinosas de foco duplo (MiSight 1 Day) na progressão da miopia em crianças ao longo de seis anos. Os resultados demonstraram uma desaceleração significativa e sustentada da progressão da miopia, bem como do crescimento axial do globo ocular. As crianças que mudaram de lentes convencionais para lentes de tratamento após três anos também registaram uma diminuição de 71% no crescimento ocular. O efeito manteve-se ao longo dos seis anos e foi bem tolerado em 90% dos casos. Estas lentes obtiveram a aprovação da FDA como o primeiro produto comprovado clinicamente para retardar a progressão da miopia em crianças de 8 a 12 anos aquando do início do tratamento. “O ensaio clínico em que este trabalho se baseia constitui um marco no avanço do controlo da progressão da miopia em crianças, evidenciando o impacto que a investigação colaborativa pode ter na saúde visual a nível global”, acrescenta Sofia Matos, que destaca a importância da investigação desenvolvida no CEORLab do Departamento de Física da Escola de Ciências da Universidade do Minho, em conjunto com outros três centros de investigação de renome internacional.

O estudo foi liderado por Paul Chamberlain, diretor de investigação da CooperVision e, além da portuguesa Sofia Matos, envolveu os cientistas Arthur Bradley, Baskar Arumugam, David Hammond, John McNally, Nicola Logan, Debora Jones, Cheryl Ngo, Chris Hunt e Graeme Young.

Atribuído pela primeira vez em 1978, o prémio Garland W. Clay distingue os melhores artigos publicados no American Journal of Optometry and Physiological Optics (actualmente Optometry and Vision Science), tendo como critérios a originalidade, a relevância clínica, a integridade da investigação e a qualidade da apresentação. Atualmente, é considerado uma das mais prestigiadas distinções internacionais na área da optometria e da ciência da visão.


Da investigação à prática clínica

Sofia Cláudia Peixoto de Matos é licenciada em Optometria e Ciências da Visão pela Universidade do Minho, onde concluiu também o Mestrado em Optometria Avançada em 2011. É coautora de diversos artigos científicos e capítulos de livros, tendo colaborado em múltiplos projetos nacionais e internacionais, públicos e privados. Desde 2008, exerce prática clínica em optometria no setor privado, acumulando funções clínicas e de gestão, enquanto integra a equipa de investigação do CEORLab – Laboratório de Investigação em Optometria Clínica e Experimental da Universidade do Minho. É ainda docente convidada no Departamento de Física da mesma universidade desde 2017. Os seus principais interesses de investigação centram-se nas lentes de contacto e no controlo da progressão da miopia.

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