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Índice de Desigualdade de Género (Gender Inequality Index, GII), desenvolvido pelo
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (United Nations Development Programme, UNDP), é uma medida composta que reflete as disparidades de género em três dimensões fundamentais do desenvolvimento humano: saúde reprodutiva, empoderamento e participação no mercado de trabalho. Este índice, atualizado e publicado anualmente no Relatório do Desenvolvimento Humano, foi introduzido em 2010, oferecendo uma visão ampla das desigualdades entre homens e mulheres, que permite avaliar os desafios e as lacunas nas oportunidades e nos direitos de género a nível global.
O GII é composto por três dimensões principais:
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Saúde Reprodutiva: Avaliada através da taxa de mortalidade materna (número de mortes maternas por 100.000 nascimentos vivos) e da taxa de fertilidade na adolescência (número de nascimentos por 1.000 jovens entre 15 e 19 anos);
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Empoderamento: Reflete a proporção de mulheres e homens com ensino secundário concluído e a percentagem de lugares ocupados por mulheres em cargos parlamentares;
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Participação no Mercado de Trabalho: Mede a taxa de participação feminina e masculina na força de trabalho.
O GII permite uma análise detalhada do impacto das desigualdades de género no desenvolvimento humano. Este indicador evidencia como as disparidades podem comprometer o progresso social, económico e político de uma sociedade, ao subutilizar o potencial das mulheres. Além disso, o índice promove uma compreensão mais profunda das ligações entre género e desenvolvimento, sendo uma ferramenta essencial para a formulação de políticas públicas mais inclusivas e orientadas para a equidade de género.
Progressos Globais Lentos: Embora alguns países tenham avançado na redução de desigualdades, a desigualdade de género permanece um desafio significativo em muitas regiões, com os países nórdicos liderando os índices de igualdade e outros, como o Iémen e o Afeganistão, enfrentando grandes dificuldades.
Impacto de Fatores Sistémicos: A desigualdade é exacerbada em contextos de instabilidade política, económica e social, bem como por práticas culturais discriminatórias.
Portugal
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2023/2024: 21.ª posição entre 193 avaliados, com um GII de 0,076.
Portugal está entre os países com melhor desempenho. Este cenário favorável reflete melhorias nas taxas de saúde materna, acesso à educação e participação no mercado de trabalho. O acesso das mulheres à educação e a presença crescente no parlamento indicam também uma evolução positiva. No entanto, há desafios persistentes, especialmente na ocupação de cargos de liderança e na partilha equitativa de responsabilidades domésticas e familiares.
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